Uma das grandes deficiências na
qualidade do processo de formação de professores é o seu apego excessivo à
reprodução de teorias, ou seja, um distanciamento da produção científica, que
exige pesquisa.
Os cursos de pedagogia estão formatados
em currículos que sobrevalorizam o estudo de pensadores clássicos, pouco
estimulando ou não dando instrumental para que o aluno possa, a partir da
observação da realidade, criticar, aperfeiçoar e criar novas formas de atuação
profissional. “Tudo isso adormeceu um coletivo que, se sente incapaz de inovar,
perdendo assim a capacidade de gerar um novo conhecimento pedagógico” (IMBERNÓN, 2010).
Buscar uma melhoria na qualidade dos
cursos de formação dos profissionais de educação implica em que deixem de ser majoritariamente
noturnos, em fins de semana e à distância e que a produção científica seja
incluída como uma de suas prioridades. Implica também em que os estágios
estimulem a crítica e o aperfeiçoamento da realidade encontrada em sala de aula
para que o futuro professor deixe de ser um “mero expectador do currículo e uma pessoa dependente que adota a inovação
criada por outros” (IMBERNÓN, 2010).
A aproximação entre teoria e prática e
uma formação continuada farão com que o professor deixe de ser apenas um
“fazedor” que simplesmente reproduz práticas e idéias e torne-se um “inovador”,
que busca capacitação, qualificação e criação. Segundo Tardif & Lessar (2009) “a formação inicial visa habituar os
futuros professores às práticas reflexivas”.
É preciso fazer com que a pedagogia
consiga ser uma ciência que efetivamente una as idéias com a sua constante
produção e reprodução, que seja uma disciplina “viva”, que induza à dúvida, ao
questionamento e à busca de inovação, que torne a sala de aula um laboratório e
que inspire os professores e alunos a transformarem suas dúvidas e experiências
em ferramentas de construção de novos saberes e fazeres.
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