domingo, 14 de outubro de 2012

AMOR INCONDICIONAL

                                                               MEUS FILHOS
Em poucas palavras
Vou dizer quem vocês são
Minha inspiração pra eu ficar de pé
Meus conselheiros, filhos perfeitos
Que sabem me ouvir
Correm pro abraço  e me fazem sorrir
Peço desculpas se eu me emociono

São minha estrela
Algo lindo que me aconteceu
Vocês foram escolhidos por Deus pra alrgrar meus dias,
Me farem forte nos dias difíceis
Meus filhos um presente mandado do céu
Que não da pra escrever num papel
As palavras que eu quero dizer.
Filhos eu amo vocês

A TEORIA E A PRÁTICA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO PEDAGOGO



Uma das grandes deficiências na qualidade do processo de formação de professores é o seu apego excessivo à reprodução de teorias, ou seja, um distanciamento da produção científica, que exige pesquisa.

Os cursos de pedagogia estão formatados em currículos que sobrevalorizam o estudo de pensadores clássicos, pouco estimulando ou não dando instrumental para que o aluno possa, a partir da observação da realidade, criticar, aperfeiçoar e criar novas formas de atuação profissional. “Tudo isso adormeceu um coletivo que, se sente incapaz de inovar, perdendo assim a capacidade de gerar um novo conhecimento pedagógico” (IMBERNÓN, 2010).

Buscar uma melhoria na qualidade dos cursos de formação dos profissionais de educação implica em que deixem de ser majoritariamente noturnos, em fins de semana e à distância e que a produção científica seja incluída como uma de suas prioridades. Implica também em que os estágios estimulem a crítica e o aperfeiçoamento da realidade encontrada em sala de aula para que o futuro professor deixe de ser um “mero expectador do currículo e uma pessoa dependente que adota a inovação criada por outros” (IMBERNÓN, 2010).

A aproximação entre teoria e prática e uma formação continuada farão com que o professor deixe de ser apenas um “fazedor” que simplesmente reproduz práticas e idéias e torne-se um “inovador”, que busca capacitação, qualificação e criação. Segundo Tardif & Lessar (2009) “a formação inicial visa habituar os futuros professores às práticas reflexivas”.

É preciso fazer com que a pedagogia consiga ser uma ciência que efetivamente una as idéias com a sua constante produção e reprodução, que seja uma disciplina “viva”, que induza à dúvida, ao questionamento e à busca de inovação, que torne a sala de aula um laboratório e que inspire os professores e alunos a transformarem suas dúvidas e experiências em ferramentas de construção de novos saberes e fazeres.

ARTIGO DE OPINIÃO - CIDADANIA E EXCLUSÃO



   Porque da existência da exclusão num Estado de Direitos?
   Porque, mais do que um direito, a cidadania é o resultado de uma luta?
Berenice Mª Dalla Costa da Silva

CIDADANIA E EXCLUSÃO
Os direitos do cidadão e a inclusão, por mais que sejam invocados, defendidos ou transformados em leis, não necessariamente andam juntos. A política sempre será reflexo da disputa entre interesses desiguais. E esses interesses estão circunscritos em uma realidade social e econômica.
O Brasil, como a quase totalidade dos países, fundamenta-se num sistema econômico capitalista. E este sistema, por natureza, é excludente, uma vez que a riqueza socialmente produzida pelo trabalho da maioria é, em grande parte, apropriada por uma minoria de proprietários. Por mais que o liberalismo ou a social-democracia tentem amenizar os efeitos desta desigual repartição da riqueza, é somente isto que eles podem fazer: amenizá-la. Daí que, de acordo com a história e peculiaridade de cada país, temos diferentes graus de direitos conquistados e diversos níveis de exclusões.
Invadido e colonizado por portugueses, o Brasil fundou-se a partir da rapina de nossas riquezas, da exploração do trabalho escravo, do latifúndio, do subdesenvolvimento e da concentração da renda e do poder político. Temos uma elite que – como boa herdeira da casa-grande – é extremamente perdulária, preconceituosa, pouco afeita aos ideais democráticos e muito ciosa na manutenção do status quo.
Neste contexto, a existência formal de um Estado de Direito, não garante que as leis e os princípios constitucionais, ainda que avançados e igualitários, sejam efetivamente aplicados. Pelo contrário, constata-se uma flagrante contradição entre o que estabelece a constituição brasileira e a realidade social do país. Estão interditados, para grande parte dos cidadãos, direitos básicos como alimentação adequada, moradia, trabalho digno, renda, acesso à cultura, assistência médica e educação de qualidade.
Os poucos avanços obtidos em direção a uma constituição mais cidadã, a mudanças sociais inclusivas e o estabelecimento de políticas governamentais redistributivas, deram-se todos não a partir da benevolência dos donos do poder, mas como conseqüência de muita luta e organizações sociais. A classe trabalhadora, através da organização sindical, dos movimentos populares, associações de bairro, aliança com igrejas progressistas e inúmeras outras formas de luta política, fez pender a seu favor a correlação de forças que possibilitou o uso dos recursos públicos de uma forma um pouco menos excludente.
A verdadeira cidadania jamais será uma concessão. Ela deve ser diuturnamente construída, fortalecida, assegurada e vigiada. E será proporcional à capacidade de participação política e de intervenção da maioria dos cidadãos. A repartição da riqueza não se dará somente de forma negociada. Há que se ter algum tipo de confronto, no qual para muitíssimos terem mais acesso à riqueza e à renda, alguns poucos terão que abrir mão de seus excessos.
Na conjuntura atual percebe-se o esgotamento das estratégias de governo onde todas as classes saem ganhando. Este falso equilíbrio, que cria uma discutível e anêmica “classe média”, tem seus limites. Ainda que óbvio, é necessário destacar que cada avanço deve ser comemorado. Mas, se existir a convicção de que todos são iguais não apenas perante a lei, de que os direitos de cidadania são, acima de tudo, direitos econômicos que garantam a sobrevivência com dignidade, de que é impossível democracia verdadeira sem justiça social, de que a renda não é privilégio de poucos, mas direito de muitos, de que a política é a busca do bem comum, aí então será necessário juntar forças e fazer com que a luta democrática mude a correlação de forças e rompa com os limites de um quase assistencialismo governamental.
            Dar o peixe sim, para que ninguém ainda tenha que morrer de fome. Ensinar a pescar também, pois o avanço tecnológico é fruto do desenvolvimento coletivo da humanidade e a ela deve ser repassado. Mas, acima de tudo, garantir que todos tenham acesso à vara e ao açude, pois, caso contrário, a sociedade permanecerá refém da falácia de uma meritocracia individualista que só faz reproduzir uma sociedade profundamente injusta e desigual, que bloqueia o acesso à propriedade e à renda e que culpa as vítimas por todas as suas desgraças.
            Porque a cidadania não é feita de vítimas: ela é feita de cidadãos.